Mônica Sampaio

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sessão dinossaurica no RÁDIO - MICO de 1985...




Mil novecentos e oitenta e cinco.
Estúdio da Rádio Tropical FM, Praça Tiradentes, Rio de Janeiro.
Entre 3 e 5 da tarde.
Horário do programa GERAÇÃO JOVEM GERAÇÃO TROPICAL.
Estava eu lá, envolvida com os “pick-ups”, tocando os super vinis, botando “no ponto” os comerciais nos Akai (gravador de rolo).

Entra no estúdio o Gordon – divulgador da gravadora Top Tape – com um dos diretores (não me lembro seu nome). O Gordon, depois disso, fez um programa que era muito bom mesmo, na Rádio Del Rey depois virou Alvorada) ... chamava-se On the rocks ... se não me engano. Era de charminho (atual Melody, né?).
Bem, voltando ao estúdio da Tropical, entraram com eles uns caras que faziam parte de uma daquelas inúmeras bandas de pop rock nascidas nos anos 80: era a rapaziada do CHEQUE ESPECIAL.
Eu estava com o hedphone, e me preparava para “desanunciar” a música que estava tocando. Abri o microfone e: “Vocês ouviram no Geração jovem, Geração Tropical, a banda Espírito da Coisa, com Ligeiramente grávida!” . Falei isso e ainda alguma outra coisa, da qual não me lembro agora ... uma piadinha sem graça, uma bobagem qualquer. Que me custou caro ...
PRA QUE!!!!
Olha, poucas vezes passei vergonha tão grande na vida!
Falei e passei logo para os comerciais, fechando o microfone. E durante o break, o Armando Campos (dono da Rádio), que estava no estúdio, começou a falar e gesticular, olhando pra mim com cara de deus-me-livre, fazendo sinal para que eu tirasse o headphone, para ouvi-lo.
Ai ... todas aquelas pessoas lá ... para serem entrevistadas depois do intervalo ... de cabeça baixa, ouvindo o que eu ouvi (depois que tirei um dos lados do headphone). Você tem idéia do que eu ouvi?
A Transamérica estava começando a sair da transmissão em rede – o famoso enlatado – e entrando ao vivo, naquela época, com o Carlos Alberto (atual "Rio de Prêmios com a Vivi), a Adriana (Riemer) e mais uma galera, no estilo “quem fala mais bobagem”. O que era novidade, pois até então, todos os locutores estavam proibidos de brincar nas “passagens” de horário, porque, depois do advento da Rádio Cidade, o que surgiu de “palhacinho” sem graça no ar, não foi brincadeira! O jeito foi proibir a galera de falar.
Voltando ao estúdio, E ao “esporro”. Consegui ouvir o seguinte, antes de botar correndo, o headphone de volta na orelha, para me proteger: “Mônica! Se você falar bobagem de novo, vou te tirar do microfone! – isso aos berros, tá?Aqui não é transamérica pra você ficar fazendo gracinha! Se quiser falar bobagem, vá trabalhar lá!”
Desfaleci por dentro. A galera do Cheque Especial e da Top Tape estava toda atrás de mim. Eu tinha menos de dois minutos para pensar ... para me recompor ... para decidir se, ficava e fingia que nada aconteceu; se tirava o microfone e dava uma porrada no Armando (não, brincadeira; não pensei nesta possibilidade nem por um segundo); se chorava; ou se abria um buraco no chão para eu me enfiar dentro.
E agora? Como é que eu iria encarar essas pessoas e ter tranqüilidade para entrevista-los, ainda por cima, sem pauta alguma?
Gente! Contei até 1000!!! De frente pra trás, de trás pra frente ... vontade de sair correndo ... Era o último comercial do break e eu tinha que decidir rápido. E me recompor.
Voltei do break, abri o microfone e disse: “Muito bem, pessoal, temos uma surpresa aqui no estúdio; com vocês, CHEQUE ESPECIAL!!!”

Essas e outras coisas acontecem com a gente que está por trás dessa música que você ouve, caro ouvinte.
Tenho que ressaltar que o pessoal do Cheque foi super simpático e solidário comigo, principalmente, o DUDU CASTRO, baixista, que dois anos mais tarde, tornou-se meu produtor e grande amigo, no programa que fiz na FM 105: “TURMA DA MÔNICA NA FM 105 NA MADRUGADA”. Atingiu o 1º. Lugar em audiência no Rio de Janeiro, no horário de meia noite às cinco da manhã, logo de cara! O Dudu e eu formamos uma dupla imbatível! Hoje, o meu amigo está fazendo shows em todo o Brasil, com a superbanda Arquivo Pop.

Por falar nos anos 80, olha os caras que surgiram lá:

Dr. Silvana & Cia, Hanói-Hanói, Elemento Visado, Finis Africae, Cheque Especial, Uns e outros, Barão Vermelho, Paralamas do sucesso, Titãs, Kid Abelha e os abóboras selvagens, Plebe Rude, Capital Inicial, Sangue da Cidade (do meu amigo DI Castro, a quem conheço desde a puberdade), Gato de Louça (do meu amigo Sérgio Izecksohn, que há 15 anos tem o Home Studio no RJ), os Eles , os Ronaldos, os Replicantes , Camisa de Vênus (com Marcelo Nova), Herva Doce, Absyntho, Afrodeite de quiser, Brylho, Conexão Japeri ,Egotrip, Espírito da coisa, Faust Fawcett e os Robôs Efêmeros,Gang 90 e as Absurdetes, Grafite, Heróis da Resistência, Inimigos do Rei, João Penca e os miquinhos amestrados, Magazine, Metrô, Sempre livre, Tokyo, Zero, Rádio Táxi, Yahoo, Ratos de porão, Cólera, Inocentes Replicantes, Hanói-Hanói, Cinema a dois, .....

Muitos se transformaram em outras ... outras bandas ... outras atividades profissionais ... Alguns deles, como é notório, continuaram, e estão no mercado até hoje.
Então, aí vai o recado para a rapaziada que está botando o pé na estrada agora: VAI FUNDO!!! Não deixa nada, nem ninguém te parar! E boa sorte!

Um abração

Mônica Sampaio

Artigo publicado em 24/03/09 no site da RÁDIO MISTUREBA ON LINE
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4 comentários:

  1. Salve Monica. Muita saudade dessa época, inclusive do Gordon. O pessoal da Top Tape devia ser o Acioly e o Nem. Nessa época eu estava na Bizz. Foi aí que nos conhemos. Se lembra do Camaleão na Manhatan? Beijos

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  2. Não é o Flávio. Sou po Fernando Mendonça. Flávio é meu filho. Bjs

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  3. Claro, Fernando! Era o Accioly sim! BIZZZZZZZZZZZZZZZZ! Grande BIZZ e grande Fernando!!!! Beijos!

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  4. Caraca! Camaleão! Não era o grupo daquele cara que eu ... bem ... "namorei" por uns tempinhos? Um dos cabeludos! Ai! Que droga! Não lembro o nome dele! Me socorre, Fernandooooooooo!

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